"A mais completa e contundente análise dos mecanismos de criação e manutenção de privilégios no Brasil
A pequena elite de servidores públicos da cúpula dos três poderes no Brasil constitui a versão contemporânea de uma casta patrimonialista que remonta à era colonial. Com sua generosa remuneração, além dos auxílios, abonos e demais “penduricalhos”, esses mandarins do funcionalismo habitam uma realidade paralela, muito distante da média salarial dos trabalhadores brasileiros, e até de nações desenvolvidas.
Retomando o trabalho pioneiro de Raymundo Faoro, que nos anos 1950 dissecou as origens históricas do patrimonialismo ibérico e brasileiro, Bruno Carazza revela, com abundância de dados e informações legais e administrativas, os mecanismos que aprofundam as vantagens corporativistas de juízes, promotores, procuradores, generais. Auditores, e integrantes de outras carreiras de Estado, além de políticos e donos de cartórios.
Ao mesmo tempo que reconhece a valiosa contribuição dos responsáveis pela condução da máquina pública, o autor propõe, neste primeiro volume da trilogia O País dos privilégios, uma necessária reformulação das estruturas institucionais que criam e mantém as exageradas regalias dos verdadeiros donos do poder."