Indígenas e Povos Tradicionais

O nono encontro da série Aspiração para o Brasil contou com a participação de Almir Narayamoga Suruí, Francisco Ademar Cruz, Maria Baré, Milena Kokama, Rosimere e Takumã Kuikuro. Os participantes foram convidados a refletir sobre o Brasil e a compartilhar suas visões sobre o contexto histórico de suas áreas e seus anseios e sonhos para o país até 2030. Aspirações em destaque:

  1. Esse sonho de uma vida melhor pode ser pensado sempre respeitando a floresta e todas as riquezas que a natureza nos oferece.
  2. Não podemos ver o meio ambiente como o inimigo – pelo contrário, pois ele é um grande parceiro para que a nação desenvolva seus potenciais.
  3. Nós, os povos indígenas, estamos sempre à disposição para ajudar a realizar o sonho de fazer do Brasil um país sustentável e exemplar.
  4. Se for preciso, nós daremos a nossa própria vida e faremos jorrar nosso sangue para garantir que a terra seja de todos.
  5. A sociedade precisa criar uma força-tarefa que inclua os povos da floresta e os governantes, para mudar as coisas nos territórios indígenas.
  6. Tudo isso machuca a nossa alma, que não para de chorar vendo as crianças nascerem com deformidades devido ao mercúrio na água.
  7. A ganância está nos matando, e os governos dizem que tanto faz, pois o importante é o agronegócio. O agro é pop, mas ele é assassino também.
  8. Somos um dos coletivos de cinema aqui no Xingu e produzimos audiovisual, usando-o como luta, educação e memória do povo.
  9. Nossos rios, nossas florestas e nossas posses estão sendo disputados com quem está governando. Esse momento parecia ter passado.
  10. Temos de lutar para ter uma escola e uma faculdade na própria comunidade, com energia e internet, pois hoje as pessoas precisam disso.
  11. Precisamos também estar presentes nos conselhos municipais e estaduais para ocuparmos espaços de tomada de decisão.
  12. Temos de pensar também na questão do consumo consciente.
  13. Nosso sonho é conseguirmos ter um desenvolvimento sustentável e responsável para os povos indígenas.
  14. Nos últimos anos, especialmente nós, as mulheres indígenas, estamos sendo atacadas e tendo nossos direitos violados.
  15. Há uma experiência interessante no Xingu que merece registro. É o Plano de Consulta, criado pelas lideranças dos 16 povos da nossa região.
  16. Temos de lutar contra os que tentam entrar no nosso meio, como madeireiros e garimpeiros.
  17. Ao fazer os planos para 2030, temos de considerar diferentes momentos e propostas. O primeiro ponto é pensar na educação e nas escolas.
  18. Precisamos também garantir a conexão entre os povos da cidade e os do campo ou da floresta.
  19. Ao pensarmos sobre o futuro, temos de correr contra o tempo. Precisamos investir em duas frentes: uma técnica e uma política.




RECURSOS


PARTICIPANTES

Almir Narayamoga Suruí

Líder indígena brasileiro desde seus 17 anos, tornou-se conhecido internacionalmente pela sua luta contra posseiros, madeireiros, mineradores e outros interessados nas terra...
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Francisco Ademar da Silva Cruz

Coordenador Institucional da Fundação Amazonas Sustentável - FAS....
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Maria Baré

mais conhecida como Mariazinha Baré, é Gerente de Projetos da COIAB Amazônia....
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Milena Kokama

Vice-presidente da Federação Indígena do Povo Kokama. Teve um papel importante durante a Pandemia da Covid-19 e uma grande visibilidade na mídia ao relatar o descaso do Esta...
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Rosimere Maria Vieira Teles

Indígena do povo Arapaço, militante do Movimento Indígena desde 1995. Desde 2002 sua trajetória está focada especificamente na Defesa dos Direito...
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Takumã Kuikuro

É cineasta, membro da aldeia indígena Kuikuro, e atualmente vive na aldeia Ipatse, no Parque Indígena do Xingu. Dirigiu o documentário As hiper mulheres (2011), jun...
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